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Para toda ação há uma reação. O advento da tecnologia é um ótimo exemplo dessa realidade. A cada dia que passa, novas tecnologias surgem e outras consideradas obsoletas são descartadas. Esses fatores unidos à incompetência humana em pensar no próximo têm afogado o mundo no lixo cada vez mais. O presente blog aborda esse polêmico assunto com ênfase em alguns países que atualmente têm se destacado nesse tema.

A Sociedade da Informação e o Desafio da Sucata Eletrônica

A Sociedade da Informação e o Desafio da Sucata Eletrônica

1. INTRODUÇÃO

A utilização inconsciente e/ou incorreta da tecnologia pode gerar várias conseqüências, sendo uma delas, a poluição eletrônica que, com seus componentes químicos causa poluição no meio ambiente e danos à saúde.
Este artigo apresenta-se como informe técnico, objetivando a correlação entre as tendências do ambiente globalizado e a poluição, considerando principalmente a poluição denominada eletrônica e/ou sucata eletrônica.
A crescente urbanização mundial, com seus primórdios na Revolução Industrial, vem acarretando um acúmulo de lixo, gerado a partir do consumo inconsciente por parte do ser humano, ocasionando sérios problemas ao meio ambiente.
Os resíduos ou lixos eletrônicos são considerados como aparelhos/materiais que são dados por inúteis, supérfluos e/ou sem valor, gerado pela atividade humana.
De Mais (2000), afirma que, desde a Revolução Industrial, os homens passaram a produzir uma fonte de maior sustento, tendo o desenvolvimento das forças produtivas estabelecido, o que hoje se pode chamar de livre concorrência tecnológica ou até mesmo de “a era do consumismo”.
Os danos causados ao meio ambiente, inclusive ao homem, como parte integrante do mesmo, em muitas vezes mostra-se irreversível.
O sistema de reciclagem de um eletroeletrônico, de acordo com Bizzo (2007), pode ser considerado uma oportunidade, desde que, haja uma visão holística do processo.

2. CONCEITUAÇÃO E CATEGORIZAÇÃO DE POLUIÇÃO ELETRÔNICA

A UFSC ( Universidade Federal de Santa Catarina, 2008) define lixo como sendo todo resíduo sólido proveniente de atividades humanas ou mesmo de processos naturais (poeira, folhas e ramos mortos, cadáveres de animais).
Ainda de acordo com os dados da UFSC, menos de 5% do lixo urbano é reciclado.
Uma das formas de poluição muito discutidas atualmente, talvez pela corrida tecnológica e conseqüente consumismo do ser humano, é o que se denomina poluição eletrônica, sucata eletrônica ou ainda, e-lixo.
A fumaça invisível, que são os campos de energia produzidos pela moderna tecnologia é uma classificação de poluição eletrônica que vem aumentando sua proporção pela popularização dos aparelhos eletroeletrônicos e sua utilização desmedida.
Com a velocidade que as várias tecnologias estão se desenvolvendo e se aprimorando, no intuito de oferecer às nações maximização das suas atividades, estas, no uso de tais tecnologias, estão ficando cada vez mais dinâmicas em seu crescimento e, consequentemente na degradação do meio ambiente, podendo a poluição eletrônica se considerada um dos tipos de lixo que mais vem crescendo no mundo.

3. UTILIZAÇÃO E DESCARTE INCONSCIENTES DE APARELHOS ELETROELETRÔNICOS E SUAS PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS

O que demorou bilhões de anos para ser construído está sendo destruído em poucas décadas ou simplesmente anos.
Não resta dúvida de que a Revolução Industrial trouxe enormes benefícios para a humanidade.
O uso inconsciente de produtos industrializados e suas formas de descarte causam sérios impactos ao meio ambiente.
A omissão de legislação vigente que ainda não definiu o destino final de equipamentos sucateados contribui para o crescimento da degradação do meio ambiente.
As ações inconscientes do homem equiparam-se à busca de superação em termos tecnológicos.
A popularização e até mesmo o consumismo de produtos tecnológicos cria um problema que tende a se agravar ainda mais nos próximos anos.
De acordo com Fonseca (2008), existem 50 milhões de toneladas de detritos no mundo inteiro, sendo que, em 1997 a vida útil de um computador pessoal era de seis anos, passando a ser de apenas dois anos em 2005, fato que aumenta consideravelmente esta realidade.
Os descartes dos equipamentos eletroeletrônicos considerados inadequados ao uso ou sucateados, na maioria das vezes não recebem o tratamento adequado.
Os resíduos dos lixos eletrônicos, ao serem encaminhados para os grandes lixões a céu aberto, podem causar danos à saúde, tanto à espécie animal quanto humana.
Ribeiro (2008) afirma que, no caso de computadores, a única parte que não atrai o interesse das recicladoras é a tela do monitor.
Segundo dados do Greenpeace (2007), rios e águas subterrâneas dos países da Ásia e no México estão sofrendo com o despejo de substâncias químicas tóxicas por parte dos fabricantes de componentes eletroeletrônicos.
O Greenpeace, de acordo com as práticas de fabricação e descarte das empresas, cria a denominação “eletrônicos verdes” efetuando um ranking obedecendo a regras de melhores práticas.
Várias catástrofes ocorreram nos últimos dez anos influenciadas por modificações climáticas, abalos sísmicos, enchentes, invasão de aves e insetos nas cidades, entre outras.

4. COMPONENTES UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DE APARELHOS ELETROELETRÔNICOS E SUAS RESPECTIVAS FORMAS DE POLUIÇÃO NO MEIO AMBIENTE

De acordo com estudo divulgado pela Universidade das Nações Unidas, para a montagem de um desktop de 17 polegadas são usados cerca de 1.800 quilos de componentes.
Com a democratização do computador e dos aparelhos eletroeletrônicos, sendo levada em consideração a constante evolução da tecnologia e a queda dos preços, as vendas aumentaram, gerando consequentemente grande quantidade de peças e ou equipamentos não passíveis de uso.
Ao serem inutilizados, estes equipamentos são descartados na maioria das vezes de forma inapropriada e, por possuírem produtos como o mercúrio, arsênio e chumbo em sua fabricação, quando em contato com seres humanos, podem causar diversos danos à saúde.
Fonseca (id.) cita que, em termos técnicos, a degradação de uma placa eletrônica pode gerar 22 mg/litro de Cd (cádmio) e 133 mg/litro de Pb (chumbo), enquanto que o homem suporta, respectivamente, 05 mg/litro desses elementos.
A produção de lixo eletrônico cresce 5% ao ano, cerca de três quilos de lixo eletrônico são gerados a partir da fabricação de cada quilo de computador.
Não é somente a sujeira e o acúmulo de lixo que preocupa, mas as conseqüências que o contato com esse material tóxico pode trazer ao meio ambiente e a nós mesmos.
Affonso (2008) qualifica o e-lixo como uma bomba relógio, cujos efeitos vão recair da maneira mais inesperada possível sobre a sociedade.
Em termos amplos, 94% do que consiste um computador são potencialmente recicláveis. Na prática, cerca de 42% podem ser reciclados, sendo necessário que sejam produzidos aparelhos cada vez mais “recicláveis”.
Além da composição física do computador e índice de materiais recicláveis, é importante demonstrar a associação dos principais elementos das placas de circuito impresso descartadas.
Apesar de existirem empresas especializadas em reciclagem de aparelhos eletroeletrônicos, o
número ainda é insignificante, se comparado ao aumento das vendas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É de fundamental importância que haja a conscientização do ser humano em relação a não degradação do meio ambiente.
É importante que haja consciência no desenvolvimento de uma tecnologia que agrida menos o meio ambiente, seja no momento de sua fabricação, seja no seu descarte.
Uma alternativa seria a adoção por parte das empresas de estratégias de reciclagem de seus equipamentos inutilizados pelos consumidores.
Outra seria o consumo consciente das nações, evitando o consumismo desenfreado de produtos eletroeletrônicos e, baseando-se neste contexto, os hábitos dos seres humanos devem ser repensados
A natureza, enfim, o meio ambiente, está em desvantagem nesta corrida tecnológica iniciada a partir da Revolução Industrial.
No contexto atual, o homem não pode preocupar-se apenas com o desenvolvimento tecnológico para o auxílio das suas tarefas.
É notório que as vantagens do uso crescente de computadores são grandes. No entanto, precisamos evoluir degradando o ambiente o mínimo possível, delegando responsabilidades e assumindo conseqüências criadas por nossos atos.


REFERÊNCIA

Revista de Ciências Exatas e Tecnologia. Vol. III, N°3, ano 2008.
Juliana Martins de Bessa Ferreira, Faculdade Anhanguera de Anápolis.
Antônio Claudio Ferreira, Faculdade Ananhanguera de Anápolis.

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